A 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗶𝗹𝗵𝗮 𝗱𝗮𝘀 𝘁𝗮𝗿𝗲𝗳𝗮𝘀 domésticas, de cuidado e 𝗿𝗲𝘀𝗽𝗼𝗻𝘀𝗮𝗯𝗶𝗹𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲𝘀 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝗶𝗮𝗿𝗲𝘀

O desequilíbrio existente na repartição das tarefas domésticas e de cuidado, em desfavor das mulheres, continua a ser uma das principais causas para a desigualdade de género persistente no mercado de trabalho, designadamente a desigualdade remuneratória.
Segundo o estudo os “Usos do Tempo de Homens e de Mulheres em Portugal”, promovido pelo CESIS, e do qual a CITE foi parceira, as mulheres dedicam, em média, mais 1 hora e 13 minutos do que os homens na realização das tarefas domésticas e de cuidado, tempo esse correspondente a trabalho que não é pago.

A Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego assinala o Dia para a Igualdade Municipal alertando mulheres e homens para a necessidade do equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar e pessoal, mas também, para a necessidade de uma efetiva partilha das tarefas de domésticas e de cuidado, que é trabalho não remunerado, entre mulheres homens.

Só assim, será possível uma vida familiar e profissional justas, onde mulheres e homens podem usufruir de tempos livres em família, partilhando de forma natural as tarefas domésticas e de cuidado, promovendo, assim, a igualdade entre mulheres e homens no mercado de trabalho.
A expressão “os homens podem ajudar em casa”, deve ser substituída pela expressão “homens e mulheres devem partilhar as tarefas domésticas e de cuidado”, pois essas tarefas não são uma responsabilidade exclusiva das mulheres.

A conciliação da atividade profissional com a vida familiar, bem como a necessidade de equilibrar as diversas dimensões da vida, eliminando o desequilíbrio existente entre mulheres e homens no tempo dedicado ao trabalho pago e ao cuidado familiar e realização das tarefas domésticas, que é trabalho não pago, tem vindo a ser tema de análise pela comunidade científica e académica, com a participação de diferentes organizações a nível global, sendo identificada como uma das causas para as persistentes desigualdades entre mulheres e homens no mercado de trabalho.
Por todas estas razões, é tempo de alterar esta realidade, de modo a que, mulheres e homens, possam ter os mesmos tempos, promovendo, assim, uma efetiva igualdade entre mulheres e homens, assente no equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar, mas também na partilha das tarefas domésticas e de cuidado familiar.